Vasculhando o computador da minha mãe descobri um texto antiga que não foi publicado. Sua data de postagem seria pelo meados de Março. Achei interessante como em 3 meses acontecem tantas coisas, antes e depois desta postagem... só ratificou que minha vida é um furacão de acontecimento e mudanças, e que eu amo viver assim.
Diante de disso, direto da linha do tempo de um passado próximo, com vocês, o que eu estava pensando a quase 3 meses atrás...
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Salve!
Três meses depois, vem o primeiro post do ano! Entendo, pois só 3 meses depois o ano de 2014 passa a fazer sentido.
Comecei o ano muito atordoada, indecisa, sem conseguir fazer planos ou organizar minha rotina – o que não quer dizer que agora eu consiga, rs - pois não sabia o que seria da minha vida, da minha careira, da minha relação familiar, dos meus sentimentos... Foi uma virada turbulenta, porém, não que eu siga veemente características zodiacais, mas no fim, faz sentido este tipo de viver numa pessoa de Aquário.
Em três meses te provo que sou uma pessoa interessante. Neste período recebi várias propostas de emprego, uma inclusive para fora do país, mas não aceitei. Decidi largar tudo e virar alternativa de vez em Trindade, mas minha avó de 96 anos adoeceu seriamente e tive que voltar às pressas pro RJ. Em 3 meses me politizei, participei de plenárias, assembléias, escrevi resenhas e formei opiniões. Indignei, revoltei, sensibilizei, chorei... e, comecei a graffitar. Foquei em evoluir como b.girl, trabalhar os footworks, dei 4 voltas no headspin... Voltei para o ballet. Neste mesmo período estreei a nova obra da Cia UFRRJ “No Quintal”, entrei pra Vivá Cia de Dança – que estréia dia 4 de Abril “Pé de Cachimbo” -, passei para uma residência artística com a Cia. Híbrida no mês de Março, virei coordenadora da Escola de Dança Compasso e criei um projeto de alongamento chamado Zerar – #z0. Em 3 meses comecei a fazer Formação de Gestores Públicos e Agente Culturais pela IFHT- UERJ e, enquanto a minha transferência facultativa da UFRRJ não sai, iniciei o bacharel em Teologia pelo IFC. Neste período emagreci e engordei, decidi largar tudo de novo, mudei de opinião, me revoltei com a minha geração, me revoltei com a minha classe, que mundo sem amor! Dancei na rua, dancei na praça, dancei no sinal – pra ganhar dinheiro-, decidi não monopolizar a minha arte e sair para decorar o mundo. Sobrevivi 3 meses com dinheiro de um mês e um mês com dinheiro de três, e nisso tudo aceitei que sou pobre e procurei um emprego fixo, logo mais mudei de idéia, mas continuo querendo um jipe. Nesses últimos meses passei por uma tristeza na alma muito dolorosa, mas Deus me mostrou seus mínimos detalhes ao cuidar de mim, e nesses tempos aprendi a sorrir por dentro mesmo quando tudo por fora diz que nada está bem. Terminei a auto-escola. Teórica.
Se não o convenci, Martha Medeiros me apadrinha:
"(...) Pessoas com vidas interessantes não têm fricote. Elas trocam de cidade. Sentem-se em casa em qualquer lugar. Investem em projetos sem garantia. Interessam-se por gente que é o oposto delas. Pedem demissão sem ter outro emprego em vista. Aceitam um convite para fazer o que nunca fizeram. Estão dispostas a mudar de cor preferida, de prato predileto. Começam do zero inúmeras vezes. Não se assustam com a passagem do tempo. Sobem no palco, tosam o cabelo, fazem loucuras por amor e compram passagens só de ida. (...)" Trecho de seu livro Doidas e Santas
OBS:
MELHOR CARNAVAL DE TODOS!
Invejem-me.
Dormi a beça.
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'Uma vida interessante é menos burocrática, mas exige muito mais.” (Martha Medeiros)
Beijinhos ;)